Mauro Rosa

Educador Nota 10

2018

Das trevas, a luz

Histórias pessoais dos alunos impactam trabalho inovador e multimídia baseado no teatro de sombras

Educador Nota 10: Mauro Rosa
EMEB Isidoro Battistin
São Bernardo do Campo, SP
Arte
Ensino Fundamental II – EJA

Projeto: Vagas de Luz: Às sombras do preconceito
Número de alunos: 20
Duração do trabalho: 6 meses

Resumo: A arte como linguagem só tem significado e ganha expressão se o assunto tratado faz sentido para quem a produz. O professor Mauro conduziu sua turma de Educação de Jovens e Adultos (EJA) a um mergulho por um tema desafiador e delicado: o preconceito. Os estudantes levantaram perguntas segundo suas vivências pessoais, retomadas ao longo do percurso. Depois de conversas e pesquisas com professores de diferentes disciplinas, a turma decidiu fazer uma representação dramática elaborando um teatro de sombras. O objetivo era colocar luz aos olhos dos espectadores a questões ligadas ao racismo, machismo, homofobia e exclusão de presidiários e ex-presidiários. Organizados em grupos, pesquisaram imagens, textos e músicas com carga simbólica para compor as cenas e se dedicaram aos ensaios. O teatro de sombras, apresentado a estudantes e professores, estimulou a comunidade escolar a refletir e debater, além de empoderar os estudantes, que agora têm força para se colocar diante dos preconceitos que os atingem.

Por que o trabalho foi premiado?
“Não é fácil estabelecer um tema favorecedor de produção artística no contexto escolar, e menos ainda na Educação de Jovens e Adultos. Por isso considero esse trabalho uma referência na área. Mauro baseia-se no Teatro do Oprimido de Augusto Boal para orientar suas ações junto aos alunos. As ideias de Boal privilegiam um mergulho nos elementos da linguagem cênica sem perder de vista a dimensão política da arte. Quando as dinâmicas de conversas e pesquisas, abordadas por professores de diferentes disciplinas, tornaram os estudantes apropriados do tema preconceito e seus subtemas, a turma se dividiu em grupos de interesse e pesquisou imagens com carga simbólica para compor os cenários do teatro de sombras. A linguagem foi eleita pelos próprios alunos como a mais adequada para a expressão de suas ideias, o que demonstrou o nível de envolvimento atingido pelo professor.” Marisa Szpigel é professora de Arte do Ensino Fundamental II na Escola da Vila e selecionadora do Prêmio Educador Nota 10